A Lapa à tarde

Todo mundo já ouviu falar da noite da Lapa. Um sem número de bares; barraquinhas de bebida alcoólica que aceitam cartão de débito, crédito e até vale-refeição; gente dos quatro cantos do Rio enchendo a cara (a Lapa é um dos únicos lugares que aportam tanto a universitária de 21 anos que mora em Laranjeiras, quanto o cara de 34, morador de Realengo, que tá no happy hour da firma).

Mas eu quero destacar a tarde da Lapa. Será que há músicas sobre isso? Não sei. Mas hoje o fim da tarde da Lapa me pareceu tão inspirador quanto a noite dela me foi outrora.

A Lapa às 17h30 de um dia no final de outubro é uma bolha de magma. Nada parecido com o calor incômodo que senti às 14h daquele dia. Um calor que molhou meu vestido, fez o suor escorrer pelas minhas pernas e me fez desejar que ninguém sentasse ao meu lado no ônibus (destituído de ar-condicionado, é claro).

Não. O sol das 17h30 (16h30 se não estivéssemos em pleno horário de verão) é daqueles que fazem a gente entender porque algumas pessoas amam o sol. Eu, que sempre fui do frio, da chuva e dos Smiths, abri um sorriso pra esse sol tão carioca, tão do samba. Um sol que aquece por dentro, que não faz suar, não desperta mau humor. Acho que nunca tinha visto a Lapa no fim da tarde. Fiquei feliz por ter tido essa oportunidade.

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Leitora e escrevedora de transporte público. https://linktr.ee/santosacarolina

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