O terror do CR

Calouros se assustam com espécie de ‘Jogos Vorazes’ na disputa pelas habilitações

Ana Carolina Santos
2 min readJun 7, 2018

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Segunda-feira, 9 de março. Primeiro dia do ECOmeço, a recepção aos novos alunos da Escola de Comunicação da UFRJ. A vice-diretora da ECO, Cristina Rego-Monteiro, pergunta aos calouros presentes no auditório da Central de Produção Multimídia (CPM) quais deles pretendem escolher a habilitação de jornalismo. Para a surpresa de ninguém, mais da metade dos alunos levanta a mão.

Fica evidente que os calouros não tinham conhecimento de que as vagas para cada uma das quatro carreiras são limitadas — 45 para jornalismo, 35 para publicidade e propaganda, 25 para rádio e TV e 15 para produção editorial — e de que o sistema classificatório para a entrada nas habilitações é e não poderia deixar de ser o CR, coeficiente de rendimento, o que na escola é conhecido como “média”.

— Quando a Cristina explicou sobre o número de vagas, senti medo de não conseguir a pontuação necessária para entrar na habilitação que quero — disse a caloura Karla Corrêa, da EC1, que pretende cursar jornalismo. — O pior de tudo foi saber que teríamos um “segundo vestibular”.

Foto de Ana Carolina Santos [todo mundo tira foto do Laguinho, então esse copyright nem faz muito sentido (risos)]

Foi similar o sentimento do calouro Sergio Mendonça, da EC2. Ele quer ingressar em publicidade e propaganda, outra habilitação disputadíssima.

— Conversei com um veterano que me garantiu que publicidade e propaganda é sempre a que exige o CR mais alto para ser aprovado — conta Sergio. — Fico ansioso imaginando a possibilidade de não ser aprovado na única habilitação que me vejo fazendo.

Se para os calouros que querem jornalismo e publicidade essa informação trouxe angústia e incerteza, não se pode dizer o mesmo sobre os que pretendem cursar rádio e TV e produção editorial.

— Ao saber que a habilitação em rádio e TV não é tão concorrida assim, fiquei imensamente aliviado — confidenciou Matheus Rocha, calouro da EC2.

Mas nem tudo está perdido. Pelo menos para quem quer jornalismo. Julio Trindade, veterano do 4º período, afirma que “não há motivo para pânico”:

— No meu semestre de escolha, teve gente que entrou em jornalismo com 6,9. Eu mesmo entrei com 7,2, uma nota considerada baixa.

Por via das dúvidas, é melhor se garantir com uma média acima de 8,0. Veteranos recomendam muita dedicação às aulas: faltar o mínimo possível, ler todos os textos que os professores indicam, fazer todos os trabalhos e, claro, não se exceder na balada. Seu CR agradece.

Texto escrito em maio de 2015, durante meu primeiro período de Comunicação Social na UFRJ.

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