Superpoder

O vento molda meus cabelos de uma forma incomum, todo ele virado para a direita, como um penteado dos anos 80. Eu gosto dessa sensação. Um banner balança a alguns metros de mim. Milagrosamente, ele se recolhe para que eu possa passar. Sinto como se tivesse feito isso com minha próprias mãos, como um superpoder. É isso: me sinto a Jean Grey. Estou usando meu vestido favorito e com um bom humor que há tempos não me domina. Não sei, mas tem algo no ar de Botafogo. O cheiro de planta e mar. As ruas arborizadas, os prédios com cara de antigos, o metrô que me desorienta toda vez. Só sei que me sinto invencível e que poderia conseguir todos os trabalhos aos quais me candidatasse.

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